PETRA (ansiosa)
Está? Não, não é von Kant. (Atira com o auscultador, senta-se numa poltrona, bebe. O telefone volta a tocar, ela atende, rápida. Esperançada.) - Sim? Não, não, não, não. (Desliga.) Oh, odeio, odeio, odeio-te. Odeio-te. Odeio-te. Quem me dera morrer. Desaparecer. Estas dores. Não aguento. Eu... eu... não posso mais. Oh, meu Deus, porca de merda. Porca de merda nojenta. Hás-de me pagar. Dou cabo de ti. Acabo contigo. Hás-de rastejar a meus pés, filha da puta. Hás-de beijar-me os pés. Ah, que merda. Meu Deus, que fiz eu para merecer isto? Que fiz eu. (O telefone toca.) Karin? (Desliga.) Amo-te. Não sejas tão má, Karin! Merda, merda. Preciso tanto de ti. Telefona, por favor, ao menos telefona. Quero ouvir a tua voz. (Chora, vai até ao bar, prepara uma bebida.) Não te custava nada telefonar. Só telefonar. Não custava nada. mas a porca nem sequer pensa nisso. É tudo calculado, tudo calculado. Faz-me esperar, porque... oh, é tudo tão sujo. Metes-me nojo. És uma cocotte de merda. E amo-te tanto. Amo-te tão loucamente. Se soubesses como dói. Oh, desejo que ainda um dia venhas a sofrer o mesmo. Que te sintas desesperada como eu. É bem diferente do que se julga. Mas és tão burra. És burra como um calhau. Podíamos ter uma vida tão boa. Tão boa. Ainda um dia te hás-de arrepender. Mas então será tarde. Demasiado tarde. Acredita, hei-de vingar-me de ti.
Tradução de Y.K. Centeno
Está? Não, não é von Kant. (Atira com o auscultador, senta-se numa poltrona, bebe. O telefone volta a tocar, ela atende, rápida. Esperançada.) - Sim? Não, não, não, não. (Desliga.) Oh, odeio, odeio, odeio-te. Odeio-te. Odeio-te. Quem me dera morrer. Desaparecer. Estas dores. Não aguento. Eu... eu... não posso mais. Oh, meu Deus, porca de merda. Porca de merda nojenta. Hás-de me pagar. Dou cabo de ti. Acabo contigo. Hás-de rastejar a meus pés, filha da puta. Hás-de beijar-me os pés. Ah, que merda. Meu Deus, que fiz eu para merecer isto? Que fiz eu. (O telefone toca.) Karin? (Desliga.) Amo-te. Não sejas tão má, Karin! Merda, merda. Preciso tanto de ti. Telefona, por favor, ao menos telefona. Quero ouvir a tua voz. (Chora, vai até ao bar, prepara uma bebida.) Não te custava nada telefonar. Só telefonar. Não custava nada. mas a porca nem sequer pensa nisso. É tudo calculado, tudo calculado. Faz-me esperar, porque... oh, é tudo tão sujo. Metes-me nojo. És uma cocotte de merda. E amo-te tanto. Amo-te tão loucamente. Se soubesses como dói. Oh, desejo que ainda um dia venhas a sofrer o mesmo. Que te sintas desesperada como eu. É bem diferente do que se julga. Mas és tão burra. És burra como um calhau. Podíamos ter uma vida tão boa. Tão boa. Ainda um dia te hás-de arrepender. Mas então será tarde. Demasiado tarde. Acredita, hei-de vingar-me de ti.
Tradução de Y.K. Centeno
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